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Marilda: “Hay que parar de ver el preso como preso, hay que verlo como ciudadano”

“La educación te da independencia, porque cuando una persona no sabe leer siempre depende de los otros. Y dentro del sistema  carcelario todo el mundo necesita escribir una carta a su familia, escribir un pedido de beneficios. ““Cuando uno quiere recibir educación dentro del sistema, no se busca únicamente para aprender, sino que se procura el conocimiento de uno mismo. La educación te ayuda a tener una perspectiva de vida mejor, te abre oportunidades.  Cuando uno estudia, comienza a aprender cuáles son sus derechos, que tú sólo estás preso, no vas a estar siempre preso, que eso se va a terminar. Entonces tú tienes derecho a ser como otra persona cualquiera. Y la educación es el camino.”

Marilda, 37 años, ex-monitora del sistema carcelario, donde cumplió pena de 4 años, 5 meses 

Fuente: AÇÃO EDUCATIVA. Boletim Ebulição nº 19. Observatório da Educação, julho/agosto 2006. (http://www.controlesocial.org.br/boletim/ebul19/)

Lea el testimonio completo a continuación (en português):

Marilda: “Tem que parar de ver o preso como preso, e ver como cidadão”

A educação provoca independência, porque quando uma pessoa não tem leitura, está sempre dependendo de alguém. E dentro do sistema prisional todo mundo tem necessidade de escrever uma carta para a família, de escrever um pedido de beneficio. Quando se procura a educação dentro do sistema, não se procura só para aprender, procura-se o conhecimento do eu. A educação te faz ter uma perspectiva de vida melhor, abre oportunidades.

Quando você estuda, começa a ver o que é direito seu, que você só está preso, não é preso, que aquilo ali vai acabar. Então você tem o direito de ser tudo como outro qualquer. E a escola é o caminho.

No sistema, as portas são abertas para inúmeros cursos, mas nem todo mundo tem a oportunidade de chegar até eles: são escolhidos a dedo, porque uma pena alta, por exemplo, não pode circular livremente pelo presídio porque pode pular o muro.

Quando chovia não podia ter aula, porque o telhado era precário e ficava quase caindo em cima da gente. Se faltassem dois ou três funcionários, também não tinha aula por causa da vigia e escolta até o pavilhão. Mas a gente criava um jeito… Não teve aula? Vamos fazer um trabalho para não perder a matéria.

Estou sentindo na pele o preconceito contra o egresso. Na entrevista de emprego, quando fala que é ex-prisioneira, acaba tudo, seu mundo desmorona.

Prestei o vestibular para História e não passei. Vou prestar novamente e, algum dia, vou conseguir. Posso estar de bengala, mas um dia serei professora de História.

Tem que parar de ver o preso como preso, e ver como cidadão. Mas não adianta nada querer uma coisa bonita e não criar um espaço físico. E acho que tem que ter igualdade para todos irem à escola.

Marilda, 37 anos, ex-monitora do sistema prisional, onde cumpriu pena de 4 anos e 5 meses.

Fonte: AÇÃO EDUCATIVA. Boletim Ebulição nº 19. Observatório da Educação, julho/agosto 2006. (http://www.controlesocial.org.br/boletim/ebul19/)

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